Reserva de emergência: Como montar a sua?

A reserva de emergência é um investimento que deve cumprir a função de “colchão”, caso haja algum imprevisto de qualquer natureza que envolva a necessidade de gastar dinheiro além dos gastos habituais. Sabemos que é inevitável que os imprevistos aconteçam, por isso, é importante estar preparado para esse tipo de situação sem precisar se endividar.

Neste artigo, vamos explicar o que é a reserva de emergência, a importância de estar prevenido e as melhores opções de investimento para este objetivo.

O que é reserva de emergência?

Reserva de emergência é uma quantia em valor monetário que deve ser mantida para cobrir despesas imprevistas. Ter uma reserva de emergência é um dos passos mais valiosos e importantes na vida financeira de uma pessoa. Essas emergências que surgem costumam ser maiores que os gastos normais do dia a dia e por isso ter esse valor guardado ou investido é tão importante.

No Brasil as pessoas não possuem a cultura de guardar dinheiro. Muita gente, inclusive, gasta até mais do que ganha porque não consegue planejar os gastos. E esquecem ou não sabem que a reserva costuma ser o primeiro objetivo financeiro definido ao iniciar os investimentos, pois ela irá oferecer segurança e tranquilidade em situações que envolvam gastos imprevistos.

Como não podemos evitar acasos, devemos tentar diminuir os danos caso aconteçam. Por exemplo, ao não precisar recorrer a empréstimos bancários com juros extremamente altos. A reserva tem esse propósito.

Por que ter uma reserva de emergência?

Porque quem tem uma reserva de emergência não é pego de “calça curta” e não precisa se desesperar quando imprevistos financeiros acontecem. Ao contrário, pode até curtir algumas dessas situações, enquanto outros estariam “arrancando os cabelos” de estresse.

A maioria da população não recebe educação financeira e isso reflete na taxa de endividamento. As dívidas que estão atrasadas são causadas, em sua maioria, pelo mau uso do cartão de crédito. Para você ter uma ideia, 70% das famílias que têm contas a pagar estão endividadas com ele.

O crédito, então, é um empréstimo pré-aprovado e não pode ser utilizado como reserva de emergência. A falta de conhecimento sobre finanças pessoais leva as pessoas a negligenciar essa reserva, o que faz com que a maioria delas não se prepare para crises ou imprevistos comuns do dia a dia.

Analisando tudo isso que foi dito é muito importante que desde cedo você já comece a formar a sua reserva de emergência para não passar “apuros financeiros,” isso deveria ser uma regra nas nossas vidas, e por não saber o dia de amanhã é que devemos montar a nossa reserva de emergência.

Como montar uma reserva de emergência?

A primeira regra da reserva de emergência é que o valor precisa estar disponível a qualquer momento. Não adianta você ficar desempregado hoje e só conseguir sacar o dinheiro da reserva no mês que vem.

Por isso, escolha um investimento que tenha liquidez diária. Ou seja, que leva só um dia útil para o dinheiro cair na sua conta. Aqui, é preciso evitar a tentação da poupança. Ela é um investimento com liquidez diária e que não paga impostos, mas não significa que seja o ideal.

  • O PRIMEIRO PASSO é organizar as contas e entender o quanto você ganha de fato (descontado os impostos) e o que você gasta (inclua aí os gastos fixos, como aluguel, energia e etc e os gatos variáveis, como cartão de crédito). Na medida em que você sabe exatamente como gasta e que você ganha, ficará mais fácil de planejar suas finanças e cortar custos desnecessários. E essa conta vale tanto para o seu plano pessoal quanto para os custos da família.
  • O SEGUNDO PASSO é definir uma meta de valor para poupar todo mês. Essa meta tem que ser realista e levar em consideração as contas que você tem para pagar. Com isso definido, você aplica esse valor que conseguiu poupar em um investimento com liquidez diária.

Qual o valor da reserva de emergência?

O valor mínimo para uma reserva de emergência deve ser proporcional ao custo de vida e o cálculo é bem simples.

Se você recebe R$ 4.000 mensalmente e vive com R$ 2.000, significa que esse é o mínimo que você pode ter em sua reserva de emergência, para enfrentar mais um mês com tranquilidade.

Porém, devemos pensar a médio e longo prazo e para cada realidade, o cenário é diferente: o ideal, por exemplo, é que você deve pensar em sua reserva de emergência para 6 meses, ou seja, diante dessa situação, em que seus gastos mensais sejam R$ 2.000 a sua reserva de emergência deve ser de no mínimo R$ 12.000.

No entanto, o número de meses de cobertura, o que é considerado “essencial” e quanto é destinado a cada despesa são decisões particulares a cada um. Sendo assim, o valor irá variar caso a caso.

Aporte conforme o seu planejamento mensal

Não se faz necessário aplicar o valor total de uma única vez, a não ser que você tenha esse valor e deseja aplicar logo. Mas, se não é o seu caso, então comece aportando conforme o seu planejamento mensal. Fazendo essas aplicações você estará investindo com rentabilidade e liquidez, podendo sacar sempre que necessário.

A emergência e a necessidade do dinheiro é estabelecida por você, então é importante ter autocontrole e paciência, para não gastar de forma desnecessária. Afinal de contas, não adianta nada poupar sua reserva de emergência e gastar com bens ou serviços supérfluos.

Qual o melhor investimento para sua reserva de emergência?

Veja abaixo alguns exemplos de investimento que separamos e que podem ser uma ótima opção para você criar uma reserva de emergência:

  • Tesouro Selic: é um investimento de renda fixa que funciona como uma espécie de empréstimo dado ao governo nacional e que retornará ao caixa da sua empresa ou ao seu bolso já rentabilizado pela taxa de juros aplicada. Por exigir um investimento inicial baixo, talvez seja o investimento mais simples.
  • CDB de renda fixa: é um investimento que funciona como uma espécie de empréstimo dado a uma instituição bancária. Além de ter uma rentabilidade definida no momento inicial do fundo e ser mais vantajoso que as poupanças comuns, também têm uma liquidez diária.
  • Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio: a LCI e a LCA também são investimentos de renda fixa – similares ao CDB –, isentos do imposto de renda, que apresentam vantagens em relação à poupança. Também é uma espécie de empréstimo a uma instituição financeira, mas que, podem ser utilizadas por sociedades de crédito diferentes.
  • Poupança tradicional: a poupança é a forma de investir mais popular do país, regulada pelo Banco Central – instituição que define o valor que o indivíduo receberá, ou seja, tem baixa liquidez –, é uma conta reservada especialmente para pessoas físicas mas que também podem ser utilizadas por pessoas jurídicas e têm uma rentabilidade mais baixa em relação aos outros investimentos.

Esses são os investimentos mais comuns que podemos fazer para a reserva, além dessas há diversas outras alternativas para investir e criar a sua reserva de emergência.

Entenda os detalhes de cada tipo de investimento e escolha o que for mais vantajoso de acordo com as suas necessidades e objetivos.

Pense, planeje e execute!

É importante ter em mente que não é necessário acumular tudo relativo à reserva de emergência antes de aplicá-lo. Ao fazer isso, você está deixando de ganhar a rentabilidade diária do investimento.

O ideal é fazer aplicações periódicas conforme sua capacidade financeira até atingir o valor almejado. E claro, quanto maior a aplicação mensal, mais rápido será o processo de formação da reserva de emergência.

Educação financeira com sabedoria!

A reserva de emergência é um dinheiro que deve ser mantido para caso ocorra algo inesperado. Ela oferece segurança e tranquilidade em situações que envolvam gastos imprevistos.

Ter uma reserva de emergência ajuda consideravelmente a saúde financeira de qualquer pessoa e, certamente, é um alívio quando você precisa usá-la e ela está corretamente dimensionada.

É importante estimar a reserva de emergência de acordo com o seu nível de gastos, número de dependentes, tempo e tipo de profissão. Além disso, ela deve estar investida em ativos líquidos e de baixa volatilidade para que você não se surpreenda ao precisar acessá-la.

Seja sábio com as suas finanças!

Indicação de leitura: COMO COMEÇAR A INVESTIR?

Igor Ramos
Igor Ramoshttps://economiaempauta.com/author/igorramos
Administrador formado pela universidade Anhanguera com foco em logística, MBA em Gestão financeira pela fundação Santo André e educador financeiro.

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