A digitalização dos produtos e serviços fez com que empresas de diferentes segmentos apresentassem um crescimento acima do normal ao longo dos últimos anos. Já os negócios que não se digitalizaram acabaram ficando para trás.
As plataformas digitais chegaram para ficar e romper com diversas práticas que eram tradicionalmente realizadas no passado. Essas mudanças foram observadas em diferentes níveis da cadeia de produção.
Até mesmo novos mercados foram criados graças às plataformas digitais. Um dos exemplos mais evidentes é o da jogabilidade móvel, onde é possível baixar um aplicativo para ganhar dinheiro diretamente pela tela do seu celular.
Dentro dos dispositivos móveis foram criadas outras plataformas que aproximam consumidores de empresas de diferentes segmentos. Tudo isso representa uma oportunidade de empreendedorismo para alcançar uma audiência global, graças à conectividade e inovações nas plataformas digitais.
Mudança na economia evidencia o avanço das plataformas digitais

No relatório Plataformas digitais no Brasil: fundamentos econômicos, dinâmicas de mercado e promoção de concorrência, o Ministério da Fazenda destacou que a Microsoft e Apple, duas gigantes no segmento de plataformas digitais, tinham um valor de mercado equivalente as 10 maiores empresas do mundo no ano de 2009.
Ainda em 2009, quando se falava em grandes empresas, os consumidores pensavam em companhias do setor de petróleo e gás, assim como grupos farmacêuticos e do setor de construção civil.
Naquele tempo, as plataformas já existiam, mas não tinham o protagonismo que têm hoje em dia. Mesmo com a regulação de mercados mediados por plataformas digitais, é difícil imaginar uma economia sem a presença de gigantes do segmento digital, como NVIDIA, Alphabet, Amazon, Google, entre outras empresas.
Crescimento rápido e sem enfoque no capital humano
O protagonismo das plataformas digitais foi conquistado de uma maneira muito mais rápida do que as empresas que, até então, eram vistas como as maiores do mercado. É difícil encontrar um setor econômico que não esteja digitalizado e nem dependa, de alguma maneira, de uma plataforma digital.
A alta produtividade, aliada a estrutura de desenvolvimento reduzida, fazem com que as plataformas digitais tenham crescimento vertiginoso em pouco tempo. Em menos de 10 anos, start-ups se transformaram em referência na economia de mercados maduros, bem como países emergentes.
A rede de hotéis Marriott, por exemplo, foi fundada em 1927 e tinha mais de 400 mil funcionários em 2023, tendo um valor de mercado de US$ 69 bilhões. Já o AirBnB, plataforma digital que permite aluguel de apartamentos e casas para estadias de curta ou longa duração, teve sua fundação em 2008.
Em 2023, o AirBnB tinha pouco mais de 6.500 funcionários e um valor de mercado estimado em US$ 93 bilhões, com o maior salto com guidance otimista e reservas em alta recentemente. Esses números evidenciam a diferença gritante entre o capital humano utilizado na indústria dos anos anteriores às plataformas digitais, e a ausência dele em uma plataforma digital.
Sem contar que a rede de hotéis Marriott tem serviços digitalizados, o que significa que ela também faz uso das plataformas digitais. Isso mostra que as empresas que atuam no setor de desenvolvimento de uma plataforma digital conseguem estar ao lado dos concorrentes, assim como na criação de um sistema para que as empresas possam se modernizar.
São Paulo lidera o ranking brasileiro de plataformas digitais
Uma análise mais focada no mercado brasileiro ajuda a entender onde estão os principais desenvolvimentos de plataformas digitais no Brasil. Nesse quesito, o estado de São Paulo lidera o ranking com mais de 50% de participação de empresas que criam esse tipo de plataforma.
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina completam o top 5 de estados onde há o maior desenvolvimento de plataformas digitais. Os números foram apresentados no estudo “Understanding Brazil’s Platform Economy: Trends and Regulatory Challenges”, publicado na revista Nova Economia.
Dentro do mesmo estudo, os números indicam que o setor de comércio e vendas são os que mais contam com plataformas digitais nacionais, representando 26% do total. Outros segmentos que as empresas brasileiras também investem na criação de uma plataforma digital são os de comunidade e estilo de vida, serviços de internet e aplicativos.
As referências no mercado nacional de plataformas digitais são iFood, Loft, Loggi, MadeiraMadeira e 99. No total, todas essas empresas receberam, juntas, o valor de US$ 3 bilhões em investimentos.
Os números confirmam que as plataformas digitais realmente chegaram para ficar e que o seu modelo de negócio é extremamente atrativo para investidores, assim como para pessoas que pretendem escalonar suas empresas. Em meio a tantos cases de sucesso, os exemplos de sucesso de grandes marcas globais pode servir de base para quem quer entrar nesse setor.