Inflação: o que é e porque ela impacta no seu bolso?

A inflação é um conceito econômico muito conhecido entre os brasileiros, associada diretamente ao consumo. Quase todos os dias pessoas se deparam com o assunto sobre a inflação nos jornais. Quem já era adulto na década de 80 e no início da década de 90 sentiu na pele todos os efeitos deste termo bastante comum na nossa economia.

Porém, ao longo dos anos, a inflação acabou sendo controlada e, atualmente, está em um nível mais aceitável – comparando com os números que eram naquela época no Brasil e em outros países da América do Sul, na atualidade.

Mesmo assim, vejo muitas pessoas com dúvidas sobre esse assunto e como ela afeta no dinheiro diariamente. Dessa forma, resolvi escrever esse artigo. Nele mostrarei tudo o que você precisa saber sobre a inflação. Acompanhe!

O que é inflação?

A inflação é um conceito simples de ser entendido. Basicamente, é usado para designar o aumento generalizado e contínuo nos preços de bens e serviços da economia.

Uma forma bastante simples que você pode perceber o efeito da inflação é indo ao supermercado. Os preços não são os mesmos que eram a 10 anos atrás, estão mais caros. Além disso, a inflação impacta também os valores de itens maiores, como automóveis ou aluguéis, ou itens de longo prazo, como mensalidade de uma pós-graduação ou faculdade.

O aumento desses preços não é necessariamente prejudicial ao consumidor, principalmente quando é controlado ao longo dos anos e vem acompanhado dos reajustes nos salários-mínimos. Mas pode causar muitos transtornos para os consumidores e para a economia, quando ela aumenta em uma velocidade que fica difícil de ser absorvida.

Quais são as principais causas da inflação?

Agora que você já sabe o que é a inflação, mostrarei as suas principais causas. Essas causas podem ser dívidas em de curto ou de prazo maior, que aumentam de uma maneira contínua durante meses ou até anos. Dificilmente, a causa da inflação em um país será única. 

Aumento nos custos da produção

A inflação por pressões ou aumento nos custos de produção também é conhecida como inflação da oferta ou inflação de custos. Ela ocorre quando fatores impactam o preço final do produto.

Por exemplo, pode acontecer, quando tem o aumento do preço da energia elétrica. Todas as indústrias precisam da eletricidade para realizar sua produção e, assim, passará a ser mais caro e logo precisará repassar esse custo ao intermediador e ao consumidor final.

Outro fator que pode acontecer é a matéria-prima ficar mais cara e esse custo, mais uma vez, será repassado ao consumidor final.

A inflação da oferta também ocorre quando há um aumento no preço dos combustíveis (porque a logística do Brasil depende da malha rodoviária), quando há essa elevação de taxas, tarifas e impostos, e também quando acontece a valorização do dólar diante do real, porque grande parte das matérias-primas e produtos comercializados no nosso país são do exterior e seus preços são aplicados no dólar.

A inflação de custos pode causar uma crise nas demandas, dessa maneira, geraria uma inflação de demanda. Isso porque um produtor vendo o aumento dos custos para fabricar um produto, pode optar em produzir uma quantidade menor desse produto o que, por sua vez, não será suficiente para suprir toda a demanda de consumo.

Aumento na demanda

O aumento na demanda é uma das causas mais comuns da inflação é muito simples de entender. Quando tem pouca quantidade de um produto específico que muitas pessoas costumam consumir, o preço desse produto tende a subir para equilibrar a oferta com a procura. Um exemplo para você entender é o que acontece com o preço da garrafa de água. Quando o produto está na prateleira do supermercado, o preço é um. Contudo, se essa mesma garrafa for vendida na praia, em um dia de sol, o preço pode duplicar.

O mesmo pode ser observado com outros produtos. Quando há muitas pessoas querendo comprar uma televisão nova, por exemplo, a tendência é que o preço do produto aumente. Essa situação acontece quando tem muita disponibilidade de crédito na praça, porque quando as pessoas possuem um maior poder de compra, podem consumir mais e, assim, aumentar a demanda.

Aumento de emissão de moeda

Outro fator que pode causar o aumento da inflação é o governo. No momento em que os gastos são bem maiores do que todos os arrecadamentos, em alguns casos pode ser preciso que seja impresso mais dinheiro, ou seja, emitir mais papel-moeda para pagar todas as contas. Quando isso acontece, existirá um volume maior de dinheiro em circulação no mercado. Porém, esse volume não está associado à geração de riqueza do país ou ao aumento de produção.

Dessa maneira, o resultado é que com mais dinheiro em circulação do que a quantidade de oferta de serviços e produtos, os preços aumentam.

Como é calculada a inflação?

Como já relatei, a inflação tem um impacto direto em diversos aspectos da vida dos consumidores: da alimentação básica até o preço dos imóveis. Por isso, ela não é medida por um único índice.

O principal índice para calcular o valor oficial da inflação é o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), mas existem outros índices. Esse indicador é chamado de amplo porque tem o intuito de abranger 90% da população urbana no Brasil e é calculado mensalmente pelo IBGE (Instituto de Geografia e Estatística).

O IPCA determina a inflação de serviços e produtos do varejo consumidor por famílias que recebem de 1 a 40 salários-mínimos e leva em conta os valores de uma cesta de serviços e produtos consumidos pela população, como:

  • Vestuário
  • Habitação
  • Transportes
  • Despesas pessoais
  • Alimentação
  • Comunicação
  • Saúde
  • Educação

Os pesquisadores do IBGE entrevistam famílias para saber o que e onde compram. A partir dessa lista, são estipulados quais são os itens que entrarão na cesta de produtos mais consumidos pela população e o peso que cada um desses produtos terá para o cálculo da inflação. Por exemplo, o preço do arroz, alimento que está sempre presente em quase todas as mesas das famílias brasileiras, terá um peso maior no cálculo do IPCA do que o preço do macarrão.

Realizada a determinação dos itens mais consumidos, os pesquisadores organizam outro relatório. Mas agora, com os comércios, onde é realizada a checagem de preços dos produtos que são mais consumidos. Com todos esses dados reunidos, os técnicos do IBGE chegam aos valores dos índices para um determinado período.

Na prática

Se os preços da habitação aumentaram 2%, os valores do setor de eletricidade subiram 2%, e os preços do setor de alimentação caíram 3,5%, o valor mensal da inflação será a soma de todas essas variações, considerando o peso que cada item possui.

Além do IPCA, tem outros índices que ajudam a medir a inflação em vários setores do comércio de bens e serviços, como:

  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)
  • Índice Geral de Preços (IGP)
  • Índice de Preços no Atacado (IPA)

Esses índices usam cada um seu método para medir os preços de bens e serviços de maneiras distintas.

O que pode acontecer quando os preços sobem?

O que pode acontecer quando há um aumento generalizado e contínuo nos preços, é diminuir o poder de compra da população. 

Eventuais oscilações acontecem naturalmente em relação no valor dos produtos, bens e serviços, em até mesmo nas economias desenvolvidas que tenham baixos índices de inflação. No entanto, quando acontece uma variação muito elevada, provocada pelo aumento da demanda, o poder de compra pode ficar muito comprometido.

Durante os períodos de hiperinflação, por exemplo. o preço do saco de arroz podia sair de R$10 reais para R$100 de um dia para o outro.

Os brasileiros recebiam seus salários e já corriam para os supermercados para comprar tudo que podiam. Isso tinha que ser realizado antes que os preços subissem bruscamente e o valor dos seus salários não permitissem que eles comprassem quase nada.

Obviamente, essa foi uma situação extrema, mas é um grande exemplo para você entender como a inflação pode impactar o seu dia a dia. Além disso, ela pode estar, nesse momento, prejudicando seus investimentos.

O aumento dos preços dos produtos também impacta o mercado financeiro. Isso porque quanto mais descontrole há sobre a inflação, mais próximo o país fica de uma recessão.

Dessa maneira, as pessoas físicas e instituições que investem no país ou em qualquer outro país que esteja passando pelo problema de controle de inflação, tem um pouco de receio de aplicar seu dinheiro nesses momentos. Logo, isso faz com que faltem investimentos e recursos no país.

Um país com alta inflação tem uma péssima economia?

Por fim, é muito importante interpretar adequadamente o valor da taxa da inflação. A taxa é constantemente associada a países que têm uma péssima economia. Afinal, é bastante comum verificar que processos inflacionários altos, geralmente, estão em governos que possuem dificuldades econômicas.

No entanto, como destaquei acima que existe a inflação de custos, derivada do aumento nos custos de produção dos empresários, como insumos, impostos e salários.

Dessa maneira, quando há um aumento nos custos de produção, a oferta desses bens é reduzida no mercado pelos produtores e, com isso, eleva os preços para o consumidor final.

Como você já deve ter percebido, uma inflação descontrolada pode causar grandes problemas para economia de um país, visto que impacta com o custo de vida de todos os cidadãos. Por isso, é essencial que você possua uma carteira de investimentos diversificada para garantir segurança e tranquilidade financeira nos momentos de crise.

Conclusão

Agora que já sabe como a inflação impacta no seu dinheiro é importante realizar investimentos diversificados. Dessa maneira, como já relatei acima, terá mais segurança e tranquilidade financeira nesses momentos de crise que de repente o país pode passar.

Vinicius Lima
Vinicius Limahttps://economiaempauta.com/author/viniciuslima/
Atualmente, trabalha como Assessor de Investimentos credenciado à XP Investimentos, possui a certificação Ancord e acredita que a educação financeira pode transformar muitas vidas.

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