Em uma decisão unânime tomada na última quarta-feira, 20 de março, o Banco Central do Brasil (BC) deu continuidade à política de diminuição da taxa Selic, ajustando-a para 10,75% ao ano. Esse ajuste de 0,5 ponto percentual segue uma tendência iniciada em agosto de 2023, marcando a sexta vez consecutiva que a taxa básica de juros é reduzida. Essa sequência de cortes reflete uma estratégia de estímulo econômico, visando impulsionar a atividade econômica no país.
No decorrer de uma coletiva de imprensa realizada no fim do ano passado, o presidente do BC, Campos Neto, esclareceu que as indicações prévias do Copom sobre futuras reduções abrangiam as duas reuniões seguintes. Com base nessa lógica, o início do ano trouxe a previsão de que março e maio veriam cortes de 0,5 ponto percentual. Contudo, uma mudança significativa foi observada na comunicação mais recente do Copom, que agora prevê apenas um corte adicional de 0,5 ponto percentual na próxima reunião de maio, sugerindo uma possível moderação no ritmo de diminuição da Selic.
Esse ajuste na política monetária acontece em um momento em que analistas do mercado financeiro projetam uma continuação no ciclo de redução da taxa de juros para o decorrer de 2024, embora o Banco Central pareça adotar uma postura mais conservadora em relação aos movimentos futuros. A estratégia, até o momento, focada em suavizar os juros, tem o objetivo de tornar o crédito mais acessível e incentivar investimentos, uma tentativa de reaquecer a economia.
A abordagem cautelosa do Banco Central, indicando uma desaceleração nas reduções da Selic, reflete uma atenção às variáveis econômicas e uma disposição em adaptar sua política monetária à medida em que novas informações se tornam disponíveis.
Essa série de cortes na taxa básica e a indicação de uma postura mais vigilante quanto à política monetária futura ilustram os esforços da autoridade monetária brasileira para fomentar o crescimento econômico, mantendo, ao mesmo tempo, um olhar atento à estabilidade de preços e às incertezas do cenário econômico global.
Os próximos encontros do Copom serão, sem dúvida, momentos de grande expectativa, pois oferecerão mais clareza sobre as direções futuras da economia brasileira.
*Artigo assinado por: Hugo Garbe, Professor Doutor de Ciências Econômicas do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas (CCSA) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
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