O ano de 2020 começou como todos os outros. Não prometia nada, além das corriqueiras especulações sobre política, finanças e economia, a que o país estava acostumado a ver, todo início de ano.
Mas, as águas de março nem chegaram a fechar o verão… De repente, uma sequência de movimentos e, tudo passou a acontecer, feito onda de mar que não se contenta em quebrar, sozinha, na areia da praia: chega e traz junto pequeninas ondas, em delicado desenho, até que desaparecem.
Quem permaneceu atento, aos sinais, percebeu que era tempo de mudança. E o vírus chegou feito tsunami trazendo na bagagem mortes, destruições e crises: social, política e econômica. Sem perceber, assistimos a um divisor de águas, na história: começou-se a falar em mundo antes e depois desse ano transformador.
Antes da pandemia chegar, em especial no Brasil, as famílias já vivenciavam em suas finanças um período de grande instabilidade e recessão, com altos índices de desemprego e desaceleração do PIB. O brasileiro parecia acostumado a isso e pouco se abalava com as oscilações noticiadas. Aprendeu a protestar, também a se adaptar e seguir vivendo…
O que mudou na rotina financeira das famílias?
As notícias da chegada do vírus, em terras tupiniquins, trouxeram incerteza e insegurança para dentro de casa. Algumas pessoas, em pânico, compravam e estocavam alimentos, sem se darem conta da inflação que alimentavam e do risco de endividamento que corriam.
Como parte das medidas para conter o vírus, veio a determinação da redução da jornada de trabalho e o impedimento de as empresas manterem seus funcionamentos como vinham sendo, até então. Com isso, a queda da produção, a redução brusca do consumo, seguidos de desemprego de trabalhadores, aumento de falências, redução da oferta de créditos.
O caos parecia ter-se instalado e, tal qual efeito dominó, o mundo passou a chorar, não só seus mortos, mas as dores da incerteza e da falta de preparo para viver tempos mais complexos.
Se por um lado a perda de pessoas desestruturou famílias, a falta de planejamento das finanças fez tudo ficar ainda pior. Muitas pessoas se deram conta de que não tinham noção exata de quanto custa manter-se e quanto precisavam economizar para proteger a família e manter intacto seu padrão de vida – agora e no futuro.
O Governo Federal adotou política auxiliar de renda e estimulou programas de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade. Mas, infelizmente, tempo não houve para um trabalho de conscientização de como utilizar melhor os recursos, além do básico para sobrevivência. Em muitos casos, foi como dar o peixe sem ensinar a pescar.
E qual o aprendizado, a partir de agora?
Em momentos de crises, como esses, geralmente se percebe que, tudo o que estava sendo feito estava, de algum modo, a necessitar de ajustes. A educação financeira, assim, surge como bússola oferecendo técnicas e ferramentas adequadas que ajudam a adequar hábitos, já arraigados. Tornou-se urgente e necessário controlar e planejar melhor as receitas e as despesas; fazer dinheiro com base nas habilidades; consumir com consciência e economizar para investir.
Mais premente se fez a necessidade de implementação de políticas públicas, além de campanhas que orientem os jovens, as crianças e as famílias a lidarem com o dinheiro com mais cuidado, de modo a trazer maiores possibilidades de qualidade de vida no presente e no futuro. O fato é que crises continuarão a acontecer, pois fazem parte do processo evolutivo da humanidade.
No entanto, com a implementação de uma educação financeira adequada há chances de encontrarem um povo mais fortalecido em sua capacidade de gerar e administrar sua própria riqueza.
Tempos transformadores virão, é de se esperar!
Indicação de leitura: COMO COMEÇAR A INVESTIR?