Ao investir nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) dos assentamentos, o país pode avançar na meta, assumida no Acordo de Paris, de 12 milhões de hectares de florestas recuperados.
Recuperar 1 milhão de hectares em Áreas de Preservação Permanente (APPs), aliando produção sustentável e regeneração natural em assentamentos rurais. Essa é a proposta do Instituto Escolhas, que aponta duas estratégias de ação: implementar Sistemas Agroflorestais (SAFs) em 500 mil hectares de APP com baixo e médio potencial de regeneração natural e realizar a restauração passiva de outros 500 mil hectares com alto potencial de regeneração.
“Ao investir na recuperação florestal em assentamentos, o Brasil pode gerar mais de 238 mil empregos nas etapas de implementação e manejo dos sistemas agroflorestais. Segundo o estudo, enquanto a floresta cresce, o país pode produzir mais 43,1 milhões de toneladas de alimentos em 1 milhão de hectares de assentamentos rurais da reforma agrária”, defende Patricia Pinheiro, gerente de projetos do Escolhas e responsável pela coordenação da pesquisa.
Para chegar a esses números, o Escolhas analisou 7.884 assentamentos rurais, totalizando 45,11 milhões de hectares onde estão cadastradas 809,4 mil famílias. Isso representa 83,4% dos assentamentos no país, de um total de 9.447. Os dados são um recorte do estudo Os bons frutos da recuperação de florestas: do investimento aos benefícios*, que calculou o investimento necessário para recuperar 12 milhões de hectares, meta brasileira de recuperação florestal, assumida no Acordo de Paris.
O estudo mostrou ainda que o investimento de R$ 58,8 bilhões em SAFs nos assentamentos, ao longo de 30 anos, deve gerar R$ 161,9 bilhões em receita líquida e remover 99,6 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera.