Começou ontem a reunião de Análise de Mercado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. É importante ficar atento, pois essa reunião indica duas direções bem claras para o aumento da taxa de juros.
Em conversas nos botequins alguns economistas Keynesianos divergem sobre os melhores caminhos para “salvar” uma economia e como isso, acaba-se tendo duas direções ou até mais para resolver tal questão.
Os mais céticos irão defender o caminho de um aumento da Taxa de Juros mais elevada para doer logo agora e evitar maiores problemas depois.
Já os mais otimistas irão defender uma direção mais branda para ir ajustando conforme os ventos futuros.
O certo é que a reunião do Copom tem duas direções e deve escolher uma hoje
Qual será a melhor direção para a economia agora? Escolha uma.
Primeira Direção para o Aumento da Taxa de Juros
Uma das direções defendida é aquela que começa com taxas de juros percentuais mais altas de 0,75, pontos para evitar o descontrole da inflação. A projeção é que a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ultrapasse os 5%, ainda esse ano.
A inflação está acima do centro da meta, os IGPs têm crescido mais de 29% ao ano, com tendência de alta, as commodities se valorizando, o câmbio está bagunçado, além de uma imensa incerteza fiscal.
O aperto monetário chegará daqui a poucas horas e será de pelo menos 0,25 pontos percentuais. Então por que não acelerar isso é já começar com 0,75 pontos percentuais?
Com essa direção pode-se controlar um pouco o câmbio, aplanar a curva de juros e bloquear o descontrole da inflação.
Caso o Copom aperte o parafuso monetário com bastante força isso pode nos poupar de apertos maiores no futuro. Além de recuperar a credibilidade da autoridade monetária essa ação também combateria qualquer surto inflacionário no futuro.
Segunda Direção para o aumento da Taxa de Juros
A segunda direção para o aumento da Taxa de Juros é o Banco Central “pegar mais leve” e aumentar a Taxa de Juros em até 0,50 pontos percentuais.
Para os defensores dessa direção apertos monetários muito intensos acabam trazendo mais incertezas e volatilidade.
Levando em consideração que a economia continua derrapando e com um nível altíssimo de desemprego um arrocho monetário alto agora pode causar estragos
Essa segunda direção para o aumento da Taxa de Juros também sinaliza que o mercado estava convivendo com a “orientação futura” de que a Taxa de Juros (Selic) ficaria inalterada por bastante tempo.
Claro que se o cenário muda, precisamos mudar. No entanto, deve haver algum alinhamento, entre o que se fala e o que se faz na prática, principalmente em se tratando de política monetária.
Tudo leva a crer que essa segunda direção deve prevalecer e o Copom (Comitê de Política Monetária) não irá dar um grande choque nos juros agora.
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Foto: Foto Sérgio Lima/Poder 360.